"Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à justiça de Deus." Romanos 10:3
Nestes últimos meses a emissora de TV rede Globo exibiu a história de uma personagem com características bem conhecida por nós. Clara, interpretada pela atriz Bianca Bin, que após perder tudo que tinha, foi atrás de vingança. A personagem escolheu a vingança e não o perdão.
A justificativa da vingança?
Justiça!
E assim caminhamos.
A vida sempre apresenta alguém para tirar algo de nós; seja um parente assassinado, seja sendo agredido, boicotado, vítima de adultério,... Algo nos é tirado por alguém. Alguém trama algo contra.
O sentimento de ódio, rancor, mágoa, ... e muitas vezes os sentimentos bons se misturam com os ruins.
Não tem como falar de vingança sem a opção do perdão. Pessoas que perdoam quem trai, seja esta traição amorosa ou de amizade e até familiar. Perdoar um ladrão ou o assassino de uma pessoa amada. Perdoar ofensa, ... Tem pessoas que conseguem com facilidade perdoar, e tem aquelas que perdoam com muita dificuldade.
Mas, a novela conseguiu esta façanha de falar sobre vingança ignorando totalmente o perdão.
Embora a emissora tenha mostrado esta realidade e não ter apresentado o perdão não significa que o problema já não existia.
Clara representa pessoas que não perdoam. Aquele jeitinho de pessoa simples, meio sonsa revelou o que talvez tenhamos de pior dentro de nós.
Com a justificativa de que estava fazendo justiça a novela apresentou essa atitude como louvável.
Somos nós a justiça?
Através da vingança a personagem "salvou" a nação combatendo o mau. O juiz corrupto, O delegado pedófilo, o médico conivente e claro, a serial killer das tesouradas. Todos se tornaram vítimas da justiceira.
Assim é a ficção, por vingança o herói faz justiça. Mas, o que é justiça?
Batman motivado pelo desejo de vingança pela morte dos seus pais se tornou o combatente do crime. Da mesma forma o Justiceiro pela morte da família. E tantos outros personagens da ficção foram pelo mesmo caminho, vingança em nome da justiça. A ficção apresenta desta forma, o público gosta, é a história que dá audiência e mexe com o nosso ego, ver a justiça acontecer.
Mas, e na realidade? Como isso funciona dentro de uma alma atormentada?
Talvez pessoas que não conseguiram seguir adiante, se prenderam a uma motivação que passou a dar sentido a uma vida que ficou vazia.
A verdade é que para algumas pessoas o senso de justiça deu lugar ao perdão.
Qual a linha tênue que separa essa vingança do que realmente é justiça?
Para muitos a justiça divina se apresenta desta forma, aqui se faz e aqui se paga. E muitas vezes a justiça divina (de Deus) parece não chegar nunca.
...e como temos pressa!
Não sei se lembra de mim, sou do blog vizinho.
ResponderExcluirNão vi essa novela (na verdade, não as vejo há anos, bem como TV aberta), mas em relação a vingança, só tenho a dizer que as pessoas deveriam criticar mais o que causa ela. Porque ela é uma reação, não é algo gratuito. Muitas vezes, ao condenar de forma tão "exemplar" uma vingança, estamos amenizando a dor que o agredido sofreu para estar se portando dessa forma. SE A maioria das pessoas, que pensam em fazer algo grave contra alguém, seja um espancamento gratuito, estupro, ou assassinato por motivo banal, ou assalto, entre outros, pondera-sem mais sobre o troco que ele vai receber daquilo, e apoiado pela sociedade em peso, o agressor pensaria bem mais antes de ir cometer o ilícito.
Lembro de você sim. Estive afastado um pouco do blog por problemas pessoais.
ExcluirBom. Quanto ao assunto, entendo sua posição, todos nos tornamos vítimas de alguém.
A questão não é o erro dos outros, mas a justificativa do nosso. Somos nós a justiça?
Em casos, devemos ser. A grande recompensa para quem comete as injustiças, é se sentir recompensado ser ter que enfrentar nenhuma represália pelo que fez. É muito bonito sustentar que "olho por olho e o mundo terminará cego", mas há questões em que se dá para relevar, e tentar "viver com isso", e outras, que se não punir, na mesma moeda ou pior, está dando um atestado de sucesso ao criminoso.
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