“E todos ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem.” Atos 2:4.
O livro de Atos começa com importantes observações que hoje temos que levar em conta. Inicia-se lembrando da promessa e missão dada por Jesus. É lembrado aos apóstolos o poder e as tarefas que estes teriam que cumprir. Poder fazer o que seu Mestre fazia como operar os milagres, resgatar vidas, converter as pessoas, trazendo elas para a verdade de Cristo.
O primeiro capítulo de Atos traz toda essa essência e leva os apóstolos de encontro ao povo, e em seguida já no segundo capítulo a missão dada tem seu início. O primeiro passo traz uma das verdades nos mandamentos de DEUS, a crença e o batismo tanto nas águas como no Espírito que consequentemente traz o dom de línguas, não este que vivemos hoje (a língua dos anjos), mas sim o de diversos dialetos conforme os muitos povos ali misturados. Colocando nos termos de hoje (para facilitar o entendimento) podemos dizer que quem falava em inglês ouvia em inglês, o chinês em sua língua nativa assim como o Frances, o italiano,... Cada povo entendia o que os profetas tinham a dizer em nome de DEUS.
“Ouvindo-se, pois, aquele ruído, ajuntou-se a multidão; e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.” Atos 2:6.
E ali milagres se fizeram como diziam as escrituras do Antigo testamento.
“Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos mancebos terão visões, os vossos anciãos terão sonhos; e sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão. E mostrarei prodígios em cima no céu; e sinais embaixo na terra, sangue, fogo e vapor de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor. e acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. “Atos 2:16-21.
Ao analisarmos todo o conteúdo da bíblia e comparando com os tempos modernos levantamos algumas questões sobre nosso cristianismo hoje. Naqueles tempos o homem de DEUS não tinha todos os recursos tecnológicos que temos hoje e fazia muito mais. Grandes feitos eram realizados em nome de DEUS. Se sem toda a ajuda tecnológica eles faziam grandes coisas, imaginem se tivessem. A questão é sobre o que aconteceu que hoje não temos grandes feitos em nome de DEUS como se tinham nos tempos testamentários.
Hoje temos Levitas que na verdade são cantores que se contentam com o mercado fonográfico. Evangelistas que consideram estar logados como missão evangelística, evangelistas que não evangelizam. Temos missionários que não fazem missão ou que apenas esperam em DEUS a oportunidade de poder ir para uma “África da vida” ajudar necessitados, enquanto onde moram ficam sem a salvação os seus vizinhos e os drogados locais. Missionários que pregam de igreja em igreja como se lá já não houvesse pregadores valorosos, mas não pregam em praça pública ou nas crackolandias. Assim como distorceram o significado do termo Levita, pois isso hoje em dia quer dizer cantor gospel, também distorce o significado de evangelista, diáconos e missionários.
Recente pesquisa declarou o crescimento do evangelismo, e vendo tanta bizarrice no cenário cristão dá pra entender o quanto essa pesquisa é mentirosa. Hoje qualquer um diz ser cristão/evangélico. O gay, o corrupto, o desigrejado,... E aqueles que tornam o púlpito em palco ou palanque. Perdemos o sentido do propósito de DEUS. Enquanto brigamos por um lugar no altar e um título na igreja, algo se perde no verdadeiro sentido do significado “Ide”. Pastores lamentam a falta de obreiros valorosos e por outro lado criam seu problema ao “ungir” oportunistas que não enxergam o altar como altar. Pessoas que muitas vezes só fazem algo porque o pastor pediu, mas quando um irmão pede... Sempre tem desculpa de não ter feito, como ter esquecido ou não ter dado tempo.
Assim como no mundo os valores foram distorcidos, no meio cristão também.
Aos que querem serem ungidos a um cargo na igreja, estes deveriam meditar bastante sobre o que querem. Muita coisa hoje precisa ser mudada. Esse nosso evangelismo de hoje se perdeu comparado ao que temos no livro de Atos.
Sem microfone, sem rádio e TV ou Internet, menos ainda sem gravadoras aqueles homens faziam grandes obras. O nome de Jesus era destaque e não o dos artistas estampados nos anúncios que vemos hoje.
Voltar às raízes é comparar aqueles tempos com os de hoje. Pegar tudo que há de errado em nosso meio e saber que não é de DEUS. Voltar às raízes é hoje querer mudar nosso viver. Entender os propósitos de DEUS em relação ao conhecido “ide”. Deixar de ser peso na cruz que carrega o pastor, obreiro deveria ser o que ajuda a carregar a cruz.
Voltar às raízes é o evangelismo e missões na sua forma mais simples e pura, como visita nos lares, saídas nas ruas (festinha gospel não é a solução), distribuição de suprimentos como comida e roupas, oração em meio aos povos, pregação da palavra (que depende de estudo e meditação dela), missões onde seu braço alcança, em seu próprio bairro, por exemplo, não precisa seguir esse modismo de uma “África da vida”. Sim virou modismo, status!
Voltar às raízes é voltar à essência pura da vontade de DEUS. Negar a si mesmo e carregar sua cruz. Ser imitador de Jesus. Curar os doentes.
Lamentavelmente evangelismo não é o que vemos hoje, menos ainda missões é modismo e status e levita precisa voltar a ser o foco de origem e não essa busca por gravadoras.
Voltar às raízes é voltar às origens do cristianismo.
